Marcos Freitas, Lira Alli e Alder Calado.
Meu compadre Zé Povo
Escute o que vou dizer
Sobre essa tal de crise
Que o capital ta a viver
Só pro mode descobir
O que querem esconder
Esse tal capitalismo
Quando entrou na nossa historia
Veio todo chei de banca
Veio todo chei de gloria
Dizendo em letra grauda
- depois de mim só a memoria.
Diz-se a forma perfeita
De todo o modo de vivê
Que o problema de todos
É capaz de arresolvê
Qu’ao individuo é importante
Competir pra desenvolvê
Mas quem manda no capital
Zé Povo, presta atenção
É uma tal de burguesia
Que concentrou na mão
O controle do estado
E dos mei de produção
Por isso que a nós só resta
Os braços pra trabalhar
Pra poder sobreviver
Pra poder se alimentar
Desde o campo até a cidade
A situação é bem iguá
O trabalhador tem que vender
Seu trabalho todo dia
E mesmo sem perceber
Vai virando mercadoria.. .
Mas, daí vem essa crise
No centro do capital
É quebradera de banco
Capitalista passa mal
Trancamento de impresa
Desemprego infernal
E aí o matuto
Que só sabia trabaiá
Logo perde seu emprego
E se põe a matutar
“Se o patrão me despediu
Sem nem se desculpar
E logo despede outro
Dizendo qué pra se recuperar
Dessa crise a avançar...
Se eu não tenho mais emprego
Como vou me sustentar?”
Zé povo, presta atenção
Para não se confundir
É preciso munição
Para não sucumbir
É com a informação
Que tu vai se instruir:
Nosso país ta seguindo
A receita do mercado
Sem consultar o povo
Dando dinheiro emprestado
Fazendo papel errado
Servindo ao imperialismo
Carregado de cinismo
Aprediz de caloteiro...
Nenhum tostão pra banqueiro
Pra salvar Capitalismo!
Zé Povo, olha lá
Nóis temo que se ajuntá
Seja matuto sertanejo,
Ou o mano da cidade
Seja mulher trabalhadora
Estudante, não importa a idade
Se cada um ficar por si
Se ninguém se der as mãos
Aí não dá resultado,
Aí não tem solução!
Vai ser grande essa peleja
Contra o tal de Capital
Mas antes que ele veja
Vai ser o golpe fatal:
Nóis tudo ajuntado
Sem aceitar demissão
Nem nada que for errado
Sem apoiar patrão.
Pode ser greve, passeata,
Poesia, paralização:
É construindo um projeto
Para a nossa nação
Que transformamos a vida,
Garantimos o nosso pão
E a felicidade
Pra viver sobre esse chão.
Sem exagero
Há um dia
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