domingo, 31 de maio de 2009

REFLEXÕES DO MATUTO SERTANEJO A RESPEITO DA CRISE CAPITALISTA*

Marcos Freitas, Lira Alli e Alder Calado.



Meu compadre Zé Povo

Escute o que vou dizer

Sobre essa tal de crise

Que o capital ta a viver

Só pro mode descobir

O que querem esconder



Esse tal capitalismo

Quando entrou na nossa historia

Veio todo chei de banca

Veio todo chei de gloria

Dizendo em letra grauda

- depois de mim só a memoria.



Diz-se a forma perfeita

De todo o modo de vivê

Que o problema de todos

É capaz de arresolvê

Qu’ao individuo é importante

Competir pra desenvolvê



Mas quem manda no capital

Zé Povo, presta atenção

É uma tal de burguesia

Que concentrou na mão

O controle do estado

E dos mei de produção



Por isso que a nós só resta

Os braços pra trabalhar

Pra poder sobreviver

Pra poder se alimentar

Desde o campo até a cidade

A situação é bem iguá



O trabalhador tem que vender

Seu trabalho todo dia

E mesmo sem perceber

Vai virando mercadoria.. .



Mas, daí vem essa crise

No centro do capital

É quebradera de banco

Capitalista passa mal

Trancamento de impresa

Desemprego infernal



E aí o matuto

Que só sabia trabaiá

Logo perde seu emprego

E se põe a matutar



“Se o patrão me despediu

Sem nem se desculpar

E logo despede outro

Dizendo qué pra se recuperar

Dessa crise a avançar...

Se eu não tenho mais emprego

Como vou me sustentar?”



Zé povo, presta atenção

Para não se confundir

É preciso munição

Para não sucumbir

É com a informação

Que tu vai se instruir:



Nosso país ta seguindo

A receita do mercado

Sem consultar o povo

Dando dinheiro emprestado

Fazendo papel errado

Servindo ao imperialismo

Carregado de cinismo

Aprediz de caloteiro...

Nenhum tostão pra banqueiro

Pra salvar Capitalismo!



Zé Povo, olha lá

Nóis temo que se ajuntá

Seja matuto sertanejo,

Ou o mano da cidade

Seja mulher trabalhadora

Estudante, não importa a idade



Se cada um ficar por si

Se ninguém se der as mãos

Aí não dá resultado,

Aí não tem solução!



Vai ser grande essa peleja

Contra o tal de Capital

Mas antes que ele veja

Vai ser o golpe fatal:



Nóis tudo ajuntado

Sem aceitar demissão

Nem nada que for errado

Sem apoiar patrão.

Pode ser greve, passeata,

Poesia, paralização:

É construindo um projeto

Para a nossa nação

Que transformamos a vida,

Garantimos o nosso pão

E a felicidade

Pra viver sobre esse chão.

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